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País pretende combater sites de compartilhamento de arquivos

 Opinião e Notícia
Como os piratas dos grandes mares, os espanhóis modernos gostam de conseguir as coisas gratuitamente. Quase metade dos internautas espanhóis usa serviços que distribuem música ilegalmente – o dobro da média da União Europeia, de acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica.
Digite o nome de qualquer seriado da TV norte-americano no Google espanhol e um download gratuito do episódio mais recente estará disponível com um par de cliques. Videogames, incluindo “Pirates of the Spanish Main” (“Piratas dos Mares Espanhóis”) também são pirateados. Na semana passada, a Espanha decidiu enviar a Marinha.
Uma nova lei, aprovada no dia 15 de fevereiro, pretende tirar do ar sites duvidosos de distribuição de arquivos que compartilham grandes quantidades de material protegido pelo registro de propriedade autoral. Libertários digitais estão aterrorizados. Alex de la Iglesia, um renomado diretor se demitiu de seu cargo como presidente da academia cinematográfica, alegando que a lei “não era uma solução” e que a internet seria a salvação da indústria cinematográfica.   
No entanto, outros afirmam que a lei é muito fraca. Outros países são mais duros. O Reino Unido e a França perseguem e multam os consumidores de material pirateado. Os Estados Unidos pressionam o governo espanhol para combater a pirataria há algum tempo.
O aspecto mais polêmico da nova lei é a criação de um comitê governamental de propriedade intelectual, com o poder de fechar websites suspeitos à espera de uma decisão judicial. A manutenção dessa comissão depende da assinatura de dois juízes: um para garantir o direito à liberdade de expressão e outro para autorizar uma busca pelos detalhes de navegação dos suspeitos. A Associação de Internautas Espanhóis diz que levará o caso à Corte Constitucional do país caso seja necessário.    
Provedores de conteúdo ainda estão relutantes em abrir mão de seus serviços na Espanha, embora a nova lei possa ajudar. Espanhóis podem baixar músicas e filmes de sites legalizados, mas em geral, tais sites não possuem os lançamentos mais recentes. Sites de trocas de arquivos preenchem esse vazio. A Espanha impõe uma enorme taxa em todos os equipamentos eletrônicos capazes de gravar ou armazenar sons ou imagens, mas a UE a considerou ilegal e a Espanha prometeu modificá-la.
A mudança pode ser lenta. Muitos espanhóis acreditam que música e filmes deveriam ser gratuitos. Ninguém sabe dizer exatamente como os artistas farão para se alimentar.