José Sarney. Foto: José Varela/Agência Senado


Após a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, onde um homem matou a tiros 12 alunos na semana passada, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vai apresentar nesta terça-feira aos líderes partidários uma proposta para a realização de um novo referendo sobre o desarmamento.


A ideia do parlamentar é debater com os líderes a votação de um projeto de lei que estabeleça nova consulta à população sobre a proibição de vendas de arma de fogo no país.
Sarney afirmou que a intenção é votar de imediato a matéria. “Rui Barbosa já dizia que só quem não muda são as pedras ou do bem para o mal e do mal para o pior. Nesse caso, estamos mudando do mal para o bem”, disse.
Ele também apoiou a proposta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de debater com organizações não governamentais a antecipação da Campanha Nacional pelo Desarmamento, prevista para junho.
Segundo ele, toda iniciativa para promover e criar a consciência contra o desarmamento é bem-vinda. Na semana passada, o senador defendeu a revogação do Estatuto do Desarmamento, aprovado pelo Congresso em 2004, após consulta popular que decidiu pela manutenção da venda de armas no país.
Na ocasião, Sarney ressaltou que é necessário estabelecer uma política de “tolerância zero” em relação ao porte de armas.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também comentou sobre a ideia de a população brasileira ser novamente convocada a decidir a respeito da posse de armas por civis.”Entrar direto num novo plebiscito sem uma prévia discussão, isso não. O plebiscito deve ser resultado de um debate.”
Em 23 de outubro de 2005, foi realizado um referendo sobre o tema. A maioria dos votantes (59 milhões de pessoas ou 64% dos votos válidos) optou por não proibir o comércio de armas e munições.
“Eu defendo o desarmamento, acho que deve haver menos armas nas ruas. Sou a favor de uma ampla discussão desse assunto com a sociedade. Sou a favor de ampliarmos a conscientização a respeito desse assunto. Mas esse plebiscito deve acontecer apenas como resultado de um amplo debate”, disse Jucá.

(Com informações das agências Brasil e Senado)